No dia 15 de outubro, o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal celebra a data que homenageia uma das profissões mais fundamentais para a construção de uma sociedade justa, democrática e plural: a docência. Mais do que um momento de reconhecimento, a data convida à reflexão sobre os desafios enfrentados diariamente por quem ensina e também sobre o papel da Psicologia na valorização e no cuidado de quem sustenta a educação pública.
A profissão de professor(a/e) carrega uma importância histórica e social inquestionável. Ao mesmo tempo, é marcada por sobrecarga, desvalorização e condições de trabalho que impactam diretamente a saúde mental e emocional de educadoras e educadores. Nesse cenário, a Psicologia se apresenta como uma aliada essencial — seja no acolhimento, na escuta ou na construção coletiva de práticas escolares mais humanas e democráticas.
Para a psicóloga Fernanda Severo (CRP 01/20598), que atua na Secretaria de Educação do DF, o papel das professoras e dos professores vai muito além da transmissão de conteúdo. São profissionais que provocam o desenvolvimento humano, despertando a capacidade crítica, a criatividade e o senso de responsabilidade social nos estudantes. “A educação é o alicerce de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária, e os professores são agentes dessa transformação social, mediadores diretos do conhecimento, da ética e da cidadania”, afirma. Segundo Fernanda, a Psicologia tem papel fundamental nesse processo, ao promover espaços de diálogo, reflexão e fortalecimento da prática docente, enfrentando processos que individualizam os desafios da escola. “A atuação psicológica deve dar visibilidade à dimensão subjetiva da educação, destacando o professor como agente de transformação social. Esse trabalho busca fortalecer o professor como sujeito crítico e mediador do conhecimento, ampliando sua compreensão sobre os processos educativos e as múltiplas dimensões (sociais, culturais e afetivas) que atravessam a escola”, completa.
A psicóloga e professora Amanda Balbino (CRP 01/22385), também da rede pública do DF, chama atenção para os impactos da desvalorização profissional na saúde mental da categoria. “Sabemos que a prática docente exige muito estudo e constante aperfeiçoamento. Temos muitos profissionais de excelência na Rede Pública, com cursos de formação, mestrados, doutorados e até pós-doutorados. No entanto, a falta de reconhecimento tanto financeira, quanto social, implica em um sentimento constante de desvalorização”, observa. Para ela, o cuidado com quem ensina passa pelo fortalecimento de políticas públicas de suporte emocional e pelo trabalho de equipes multiprofissionais nas escolas. “Cuidar de quem cuida é demonstrar confiança e valorizar a trajetória de quem está todos os dias enfrentando barreiras sociais e individuais para contribuir com a mudança de tantas histórias. É principalmente ser apoio: facilitar processos, buscar melhores condições, lutar por reconhecimento e valorização e ser suporte quando o outro se cansa. Cuidar de quem cuida é reconhecer o tamanho do desafio diário e acolher uma queixa, ainda que não seja possível mudar naquele momento. Por fim, é respeitar as nossas professoras e professores e explicar a nossas(os) filhas(os/es) o valor de quem, apesar de todos os desafios, tanto se dedica a ensinar”, opina Amanda, que acompanha de perto a realidade da educação pública no DF.
Neste 15 de outubro, o CRP 01/DF celebra a potência de quem educa e convida à continuidade desse reconhecimento para além da data simbólica. Ao reafirmar seu compromisso com a valorização da docência, o Conselho reforça que reconhecer o trabalho de professoras e professores é também defender a educação pública de qualidade: um direito fundamental e uma construção coletiva que envolve toda a sociedade.
#DescreviParaVocê: As imagens coloridas contam com a marca gráfica do CRP 01/DF, com o texto “15 de outubro / Dia das Professoras e dos Professores / Confira a reportagem especial no site do CRP 01/DF”, com depoimentos e fotos das entrevistadas, com símbolos que remetem aos botões do Instagram de curtir, comentar, compartilhar e salvar e com os dizeres: “E para você, o que significa valorizar a profissão de professor(a)? Compartilhe conosco nos comentários!”.