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PSICOLOGIA NA AMÉRICA LATINA: CRP 01/DF APRESENTA CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DO DISTRITO FEDERAL NO IX CONGRESSO DA UNIÃO LATINO-AMERICANA DE ENTIDADES DE PSICOLOGIA (ULAPSI)

PSICOLOGIA NA AMÉRICA LATINA: CRP 01/DF APRESENTA CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DO DISTRITO FEDERAL NO IX CONGRESSO DA UNIÃO LATINO-AMERICANA DE ENTIDADES DE PSICOLOGIA (ULAPSI)


Evento ocorreu entre os dias 13 e 15 de abril, em Montevidéu, no Uruguai

O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP 01/DF) foi uma das entidades brasileiras da Psicologia representadas, no último fim de semana, no IX Congresso da União Latino-Americana de Entidades de Psicologia (ULAPSI).

Com 54 mesas de debate e 40 mesas de trabalho, nesta edição o evento teve como tema “Os caminhos de encontro da Psicologia da América Latina” e foi realizado em Montevidéu, no Uruguai.

Na mesa “Violências e violações de direitos em comunidades terapêuticas no Brasil: Relatório de Inspeção Nacional”, o conselheiro presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, e a conselheira presidenta do CRP 01/DF, Thessa Guimarães, apresentaram contribuições da luta antimanicomial brasileira contemporânea, destacando os desafios da política da saúde mental e da política e álcool e outras drogas no País, como violações de direitos identificadas durante inspeções realizadas pelo Sistema Conselhos de Psicologia em comunidades terapêuticas. Segund o presidente do CFP, “o que vimos é que os manicômios se transformam em novas roupagens”.

Thessa Guimarães complementou, chamando a atenção para o desafio brasileiro enfrentado nas políticas de drogas: “Nessa guerra contra as drogas, a droga ilícita e o drogado não passam de ferramentas epistemológicas da burguesia contra o povo, pois ela consegue atribuir às substâncias psicoativas a materialidade de que ela necessita na hora do enquadre para prender, para criminalizar, para exilar, para torturar e, inclusive, para matar, sendo um elemento-chave nesse genocídio da nossa juventude e do povo majoritariamente preto e pobre.”

O CRP 01/DF organizou, em conjunto com a Plataforma Brasileira de Políticas de Drogas (PBPD), atividade para discutir as políticas de drogas na América Latina. O mediador do debate, psicólogo Chico Cordeiro, apontou a necessidade de articular os esforços locais aos nacionais e regionais para ampliar a luta de pessoas, organizações e governos que defendem a implementação de políticas de drogas com base nos direitos humanos, na autonomia das pessoas, na liberdade e em estratégias de redução de danos.

O conselheiro do CRP 01/DF, Luciano de Sá, também presente no evento, destacou a responsabilidade de articulação do conselho profissional com locais estratégicos, dada a localização na capital federal. Entre outras contribuições em debates sobre o papel da Psicologia nas questões de gênero e raça, Luciano destacou a posição de referência do Brasil na América Latina, incompatível com o lugar ainda ocupado nas políticas de drogas, redução de danos e, sobretudo, no papel ocupado pela ciência na construção das políticas públicas.

As relações de gênero estiveram presentes também nas contribuições do colaborador do CRP 01/DF e ex-conselheiro, Rafael Gonçalves, que coordenou a articulação de um grupo de trabalho sobre Equidade de Gênero e Masculinidades. O grupo conta com a adesão de entidades da Psicologia de sete diferentes países: "É fundamental construir a equidade de gênero em nossa sociedade, e essa construção passa pela mobilização e pelo engajamento de todes, inclusive de psicólogas(os/es) que se identificam enquanto homens”, defendeu o psicólogo.

A conselheira vice-presidenta do CRP 01/DF, Márcia Maria da Silva, também participou do grupo de trabalho sobre Equidade de Gênero e Masculinidades e articulou questões sobre o lugar da mulher negra brasileira. Ressaltou que, segundo o IBGE, as mulheres representam 92% das pessoas ocupadas no trabalho doméstico, dos quais 65% são mulheres negras. Abordando o tema da violência em suas diferentes expressões, a psicóloga observou que a baixa representatividade de gênero e raça nas lideranças das instituições brasileiras são parte da violência sistemática contra este grupo populacional. Por fim, citou estudos de Marizete Gouveia Damasceno e Valeska Zanello, psicólogas e pesquisadoras do Distrito Federal que confirmam o racismo como adooecedor mental da população negra: “As psicólogas e os psicólogos, nas políticas públicas e escutas privadas, precisam se capacitar a trabalhar questões raciais em sua complexidade porque a realidade colonial impacta na vida dos sujeitos”, pontua.

Na mesa “Inclusão em Contexto Pós-Pandemia e sua relação com a Prática do Acompanhamento Terapêutico”, o conselheiro e coordenador da Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP 01/DF, Ricardo Vasques Mota, destacou as dificuldades de inserir atividades práticas na formação de profissionais durante a pandemia de Covid-19, dadas as condições necessárias para o acompanhamento realizado em clínicas-escola. A mesa foi mediada pela conselheira do CRP 01/DF, Iolanda B S. Brandão, e contou também com as contribuições da conselheira vice-presidenta do CRP 01/DF, Márcia Maria da Silva, e do conselheiro Luciano de Sá, além de profissionais e pesquisadoras/es de outros países ladinamericanos.

Ao fim do encontro, as entidades participantes do Congresso assinaram a Declaração de Montevidéu (acesse aqui), uma carta com compromissos das entidades latino-americanas para o avanço da Psicologia ladinamericana enquanto ciência e profissão. A próxima edição do Congresso da ULAPSI ocorrerá em São Paulo, em 2025.


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