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NOTA DE PESAR: FALECIMENTO DA PSICÓLOGA MARIVAN BARROS

NOTA DE PESAR: FALECIMENTO DA PSICÓLOGA MARIVAN BARROS


 



É com pesar que o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal - CRP 01/DF informa sobre o falecimento da psicóloga Marivan Barros, ocorrido na última sexta-feira (14), em seu consultório, onde atendia pacientes na modalidade on-line. A causa da morte ainda é investigada, mas há suspeita de infarto em decorrência de complicações após o contato com o novo Coronavírus. 

Marivan tinha 42 anos e deixa um filho de 20 anos e uma filha de 15. Ela se formou em Psicologia no UniCEUB e, em 2019, lançou um livro intitulado “Memórias, Relicários e Palavras: diário de uma análise”.

O CRP 01/DF presta solidariedade aos familiares e pessoas próximas à psicóloga e convida a todas e todos à leitura de reflexão que Marivan escreveu quando se viu entre a vida e a morte, ao testar positivo para a Covid-19:

*_Viva as horas, todas elas, derrame-se e atravesse_*

Tem esses dias que você apenas vive, respira, se limpa, come, mastiga (o dia), faz o que tem que fazer e vai dormir. Não tem nada de mais acontecendo, nada que entristeça realmente, nada que deixe esfuziante, é só a vida acontecendo. Um dia entre muitos.

É interessante, muitas e muitas vezes já escutei que são dias assim que geram angústia. Para não dizer que não falei de flores, falo do que acabo fazendo...

Acho que uma boa ideia é se apegar às pequenas coisas para sentir alegria. Um bolo de laranja caramelizado, uma receita nova que deu certo. Um trecho, um trecho só de um livro que faz o maior sentido no meio do que até poucos segundos atrás era uma confusão só. Metade de um filme bom. Pegar uns raios de sol, caminhar um pouco (de máscara, por enquanto). Calçar meias para esquentar os pés gelados no inverno que chegou no outono ainda. Cheiro de xampu, olhar o verde cor de folha. Trocar duas frases com alguém legal, mesmo que seja só no WhatsApp. Deitar a cabeça no travesseiro e concluir que é aquilo mesmo, um dia comum, nada de mais. Lembrar do verso do Drummond, o amor é isso, Carlos, não se mate... A vida é isso, se aprume. Dê seu jeito. Faça algo com isso (tudo)...

Enfrente as horas (todas), ou melhor, não enfrente algumas, vá dormir, desista dos imperativos – inclusive o do “vá isso, vá aquilo” – as dicas todas para ser feliz. Nem todo dia vai ser incrível e tudo bem. O amor da sua vida não vai suprir tudo, nem mesmo boa parte, e tudo bem.

"Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão." 
(Não se mate – Carlos Drummond de Andrade, 1969)

Reserve-se  todo para  o resto da vida e viva, viva muito. Viva as horas, todas elas, derrame-se e atravesse.

(Texto de Marivan Barros)

#DescreviParaVocê: a imagem colorida conta com a foto de rosto da psicóloga Marivan Barros, o título “Nota de pesar”, o subtítulo “Falecimento da psicóloga Marivan Barros” e a logomarca do CRP 01/DF.


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