Neste mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, gostaríamos de falar dos avanços em direitos para estas que representam mais de 80% da categoria de profissionais que exercem a Psicologia no Brasil. No entanto, diante do número alarmante de 33 feminicídios registrados pela Secretaria de Segurança Pública no Distrito Federal no último ano, urge voltarmos a falar do nosso dever de luta contra a violência voltada às mulheres no mundo e, especialmente, na região em que atuamos.
Em diversas partes do globo, as mulheres continuam sendo discriminadas e marginalizadas pelo fato de serem mulheres. Um agravante no Brasil, como destaca o documento de referência para a atuação de psicólogas(os) em serviços de atenção à mulher em situação de violência (Crepop/ 2013/1ª edição), é o preconceito enraizado contra mulheres que sofreram violência que, muitas vezes, transformam as vítimas em rés, “culpabilizando-as pelo sofrimento advindo da violência, numa clara alusão entre a identificação de nexos causais entre a tentativa emancipatória e o sofrimento imposto pelo castigo nas relações de submissão”.
Como um fenômeno complexo, a violência contra a mulher exige uma intervenção qualificada e multidisciplinar, sendo um desafio posto às profissionais e aos profissionais de Psicologia buscar compreender a articulação em rede dos diversos serviços públicos para atender às demandas das usuárias.
Com esse propósito, durante o mês de março compartilharemos em nossos canais de comunicação orientações às psicólogas e aos psicólogos da região sobre o atendimento às mulheres em situação de violência, formas de intervenção da Psicologia em contextos multidisciplinares, mecanismos de apoio na rede pública e referências de atuação profissional na área.
Você psicóloga(o) já deve ter ouvido falar sobre o termo sororidade. Ele se refere à empatia entre as mulheres na luta pela equidade de gênero. Contudo, mais recentemente um outro termo vem adquirindo força para nomear uma sororidade específica: a dororidade.
Dororidade é a cumplicidade entre mulheres negras, pois existem dores que somente corpos negros vivenciam, dores perpetradas por uma sociedade com fortes tendências escravagistas em pleno século XXI.
A violência, a opressão e a exploração que têm mulheres por objeto exigem uma luta articulada umas pelas outras e por nós mesmas.
Saiba mais: https://revistacult.uol.com.br/home/dororidade-vilma-piedade.
#PraCegoVer: Além do texto citado e da marca gráfica do CRP 01/DF, na imagem há diversas mulheres se apoiando para ultrapassar um muro lilás. Fundo nas cores laranja e salmão.
"A violência contra a mulher exige que a Psicologia repense suas práticas e modelos de intervenção tradicionais, especialmente os modelos clínicos voltados para o interpsíquico, devendo agregar o desenvolvimento de novas práticas que incorporem a perspectiva social, a clínica ampliada, a clínica social ou ainda intervenções psicossociais articuladas com as práticas de outros profissionais e serviços. O atendimento à mulher em situação de violência requer discussões a respeito das contextualizações das novas demandas sociais, que exigem da Psicologia uma ampliação de suas práticas e novos campos de atuação.”
Documento de referência para a atuação de psicólogas(os) em serviços de atenção à mulher em situação de violência - CREPOP | 2013 | 1ª edição
#PraCegoVer: Além do texto citado e da marca gráfica do CRP 01/DF, na imagem há diversas mulheres se apoiando para ultrapassar um muro lilás. Fundo nas cores amarelo e salmão.
“É importante destacar que há um compromisso social das(os) psicólogas(os) com a defesa dos direitos humanos no sentido de desconstruir a ideia da suposta inferioridade das mulheres. Assim, cabe às(os) psicólogas(os) promover alternativas que questionem o discurso dominante e as práticas profissionais e situações pessoais que exercem esse tipo de padrão social, avaliando os impactos nas subjetividades masculinas e femininas em contextos de relações de poder.”
Documento de referência para a atuação de psicólogas(os) em serviços de atenção à mulher em situação de violência CREPOP | 2013 | 1ª edição
#PraCegoVer: Além do texto citado e da marca gráfica do CRP 01/DF, na imagem há diversas mulheres se apoiando para ultrapassar um muro lilás. Fundo nas cores lilás e salmão.
“O trabalho de atendimento à mulher em situação de violência pressupõe necessariamente o fortalecimento de redes de serviços que, tomando como base o território, possam articular saberes, práticas e políticas, pensando e viabilizando estratégias ampliadas de garantia de acesso, equidade e integralidade. Fazem-se necessários ainda investimentos constantes em sensibilização e qualificação de profissionais envolvidos na rede, para que as mulheres sejam acolhidas e assistidas de forma humanizada e com garantia de direitos.”
Documento de referência para a atuação de psicólogas(os) em serviços de atenção à mulher em situação de violência CREPOP | 2013 | 1ª edição
#PraCegoVer: Além do texto citado e da marca gráfica do CRP 01/DF, na imagem há diversas mulheres se apoiando para ultrapassar um muro lilás. Fundo nas cores bege e salmão.
Se você ou uma mulher a sua volta precisar, não hesite, peça ajuda!
Setor de Orientação e Fiscalização do CRP 01/DF (para esclarecimento de dúvdas sobre atuação profissional): (61) 3030-1010
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Disque-denúncia): Lique 180
Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam): (61) 3323-8676 - Asa Sul | 3372-1661 - Ceilândia | 3388-0294 - Planaltina
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam): (61) 3207-6195
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar: (61) 3910-1669 (sede)
Unidade de Acolhimento para Mulheres (Unam ou Casa Flor): (61) 3561-4797
Centros de Referência Especializados em Assistência Social (CREAS): Há unidades em
diversas regiões administrativas e atendimento especializado para mulheres
trans no CREAS da Diversidade. O telefone da unidade de Brasília é:
(61) 3346-9332 e o do CREAS da Diversidade é: (61) 3224-4898
#PraCegoVer: Além do texto citado e da marca gráfica do CRP 01/DF, na imagem há diversas mulheres se apoiando para ultrapassar um muro lilás. Fundo nas cores rosa e salmão.